sábado, 28 de julho de 2012

SÉRIE ESCOLHIDAS PARA O ALTAR - 7


Autoridade

Muitas meninas pensam assim:, “ah se sou esposa de pastor, vou ter autoridade na igreja.

Poderei dar ordens, mandar nas obreiras e na EBI, as pessoas vão me respeitar mais e serei alguém mais importante dentro da igreja.”

Pensamento totalmente errado e fora da vontade de Deus.

A autoridade espiritual que Deus nos concede, é para ajudar, ensinar e exortar as pessoas sempre com o objetivo de que elas se aproximem mais de Deus e cresçam espiritualmente, para assim alcançarem a salvação.

Todos os que usam dessa autoridade para humilhar, envergonhar, ficar dando ordens, não estão fazendo bom uso do que Deus lhes deu.

Quando Deus vê que nosso maior desejo é levar as pessoas O conhecerem, automaticamente quando abrimos nossa boca as palavras que saem edifica aqueles que ouvem. 

Á partir de então o respeito e obediência que as pessoas mostram pelos homens e mulheres de Deus é porque reconhecem neles uma autoridade espiritual que lhes foi concedida pelo próprio Deus, e não por uma imposição.

A pessoa que entra na obra de Deus com esse proposito não será bem sucedida nem aprovada pelo Espirito Santo.

“nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho". (1Pedro 5:3)


ENSAIOS DE UMA NOIVA - PARTE 8




"O arrependimento"

Laura é uma jovem que terminou o seu noivado com um homem admirável. Ela nem sabe o motivo dessa decisão, tampouco compreende que o distanciamento foi acontecendo aos poucos, e de forma tão delicada, que, quando percebe, já se encontra longe demais dele. Laura passa a querer preencher essa falta, mas a sua tristeza, no fundo, é saber que o seu amor não está nos lugares onde procura. O dilema de Laura é tentar reencontrar o seu amado, que um dia foi desprezado, e que ela teme agora rejeitá-la.


Depois daquela paquera com o meu colega de faculdade, fiz questão que Beto soubesse. Falei para ele, como se fosse o abalar. De fato o abalou, não porque foi traído, mas porque se decepcionou com a minha pessoa. Ele realmente acreditava que eu era “diferente”, por isso estava sentindo remorso por ter feito o que fez comigo. De novo dei um passo errado.

Se eu ficasse na minha, se apenas tivesse terminado o namoro e pronto, sairia da relação com a cabeça erguida, sabendo que a “vítima” era eu, e procuraria reunir forças para focar em outra coisa até o meu coração se aquietar novamente. Quem sabe assim não conseguiria olhar outras coisas por outro ângulo? 
Mas fiz tudo errado!

Saí do relacionamento como a vilã. E por isso lamento muito – não pelo Beto, mas por mim mesma.

É aí que a minha mãe entra novamente na história. Ela sempre vê o meu sofrimento, por causa disso, vez ou outra toca no nome do meu ex-noivo. Fala o quanto eu era feliz ao lado dele, que via um brilho nos meus olhos, que sentia orgulho por eu ser uma pessoa que estava trilhando “o caminho da felicidade no amor”, como ela costuma dizer.

Até hoje ela se pergunta por que eu o abandonei.

– Não sei, mãe. – é só o que consigo responder.

Na verdade, analisando essa pergunta, não sei responder a mim mesma. Dizem que o amor nunca acaba, nunca morre, mas comecei a acreditar que havia acabado sim. Então, a minha mãe disse que na verdade eu jamais o amei.

Não questionei, porque acho que tem razão.

Sinto tanta falta dele, mas não consigo voltar. Eu sei que se a qualquer momento o procurar, ele estará apto a me ouvir, me entender e até me aceitar de volta, mas acho que o meu orgulho é maior.

Não sei por que fazemos isso!

Parece que eu gosto de sofrer. É claro que não gosto, mas eu também não faço nada para acabar com este sofrimento. Porque é mais fácil ouvirmos os conselhos dos amigos, que muitas vezes conhecemos em uma balada ou em qualquer outro lugar, do que dos nossos pais. É mais cômodo aguardar o próximo passo do outro do que darmos o nosso próprio. É mais tranquilo ouvir o nosso coração do que colocar a cabeça pra funcionar. E é “bem melhor” se iludir insistindo em algo, acreditando que vamos conseguir virar heroínas por mudar os outros, do que renunciar a esta ilusão.

O melhor mesmo é dar um tempo.

Aguarde a continuação...

ANTÔNIA - 6


Uma é diferente da outra. Marta foi presa por porte de armas e homicídio. Ângela e mais quatro delas, porque estavam traficando. A loira, que não sei o nome, matou o filho e nem se lembra. Depois ficou chorando sobre o corpo dele. Ana Claudia decapitou o marido. Ela disse que ele estava traindo-a com a vizinha. Sua vontade era de matar a vizinha também, mas a polícia chegou na hora e a prendeu. Todas estavam esperando por julgamento. Nenhuma mostrava arrependimento.
Eu queria entender porque estava lá. Não havia motivos. Eu estava trabalhando na hora que a polícia chegou, mas eles não acreditaram em mim. Talvez, também, porque não tenho documentos… Minha pele é queimada do sol e tenho aparência muito mais velha do que sou.
A saudade de casa é muito grande. O sonho de ser alguém com o tempo vai sumindo de dentro da gente. Não há perspectiva de mudança. Não existe uma luz no fim do túnel. Para quem é detento, não há mais chance de felicidade… pelo menos é o que a gente pensa aqui dentro.
Cada uma tem uma história diferente. É um lugar de muita dor e muito frio. Há relatos de mulheres que mataram e nem sabem que o fizeram. Disseram que quando deram por si, havia um corpo ensanguentado em sua frente e sua roupa coberta do sangue do cadáver.
Outras querem sair da vida do tráfico, mas não conseguem. Sozinha é muito difícil, acho que é impossível.
Tem uma viciada na cela ao lado. Ela treme muito quando fica sem a cocaína, mas quando consegue a droga delira dizendo estar vendo pessoas que ninguém vê.
Tinha medo de dormir e me matarem. Ficava no canto da cela. Não tinha colchão, dormia sentada no chão. Elas não me aceitaram e me olhavam sempre com ódio, querendo comer o meu fígado. Do jeito que elas eram, podiam até comer mesmo.
No dia seguinte, o almoço novamente foi servido. Desta vez, olhei para o alumínio e reparei no que estava dentro. Um arroz grudento e caroços de feijão seco. Não tinha sabor. Uma delas me relatou que eles juntam todo o resto da comida, lavam novamente e requentam com cebola. Eu achei estranho, mas o gosto não era de comida feita naquele dia… Novamente o pãozinho estava emborrachado.

Quatro meses se passaram e eu estava na mesma situação. O desespero começou a tomar conta de mim, porque não tinha  ninguém para telefonar,  ninguém para pedir ajuda, eu não sabia o que fazer…

Comecei a usar as roupas do presídio. Um uniforme rosa e cinza. A camiseta era lavada e estendida nas grades. O cheiro forte de suor não saía com água, isso quando a gente conseguia lavar a roupa.
Dentro da cadeia cheira podre. Restos de comida ficam do lado de fora da cela, porque, às vezes, a marmita cai, e a presa fica sem o alimento.

Mais duas semanas se passaram e uma policial chamou alguns nomes pela manhã, o meu estava no meio. Disseram que era dia de irmos até o Fórum, não sabia ao certo o que seria isso, só sabia que o meu nome estava lá.
Tomamos banho e colocamos camisetas limpas. Estavam amarrotadas, porém limpas. Ficamos em fila, uma atrás da outra. O dia estava chuvoso, a água descia do céu e molhava o nosso corpo. O tênis era sem cadarço. Não podia usar brincos, correntes, cintos, anéis ou relógios. Se bem que eu não tinha nada disso. Então, não fez nenhuma diferença para mim. Uma policial nos revistou. É deprimente o jeito que colocam as mãos na gente… dá para perceber a raiva que elas têm das presas.
Enfim, subimos em um caminhão todo fechado e cheio de pernilongos. Não havia janelas, o lugar era escuro e muito, muito abafado. Era dividido por uma chapa de metal e possuía um banco com capacidade para oito pessoas. Cinco meninas ficaram em pé. O motorista parecia que estava tirando o pai da forca de tanto que corria, e o barulho da sirene era ensurdecedor.
Não dava para ficar parada em um só lugar de tanto que o caminhão ia pra lá e pra cá. Saí dele com muito enjoo. Levou mais ou menos uns 20 minutos até o Fórum. Eu não sabia quem era o Fórum, depois percebi que não era gente, e sim um lugar onde o juiz iria conversar conosco. Antes de descermos, a policial nos algemou. Três policiais ficaram nos vigiando com a arma em punho. Uma delas mandou eu colocar as mãos para trás e ateou as algemas em meu braço. Foi apertando até eu dar um gemido, aquilo incomodava muito. Ela riu de mim. Seu hálito tinha cheiro de cravo da índia, tipo aqueles que a minha mãe colocava na canjica…
Que saudade daquele tempo…Eu era feliz e não sabia.
Capítulo 
Méuri Luiza

terça-feira, 24 de julho de 2012

UMA DICA PARA AS MULHERES

Olá meninas, achei esta ideia o máximo!!!
O que vocês acharam?


sábado, 21 de julho de 2012

O DESEJO DO ESPÍRITO SANTO




O conhecimento das Escrituras sem a prática não tem valor




Ao nos dar o Seu Espírito, Deus deseja que tenhamos a Sua visão e o mesmo entendimento que Ele nos Seus propósitos para juntos formarmos uma parceria que reconstrua o Seu Reino aqui na terra.

Quando Jesus em sua oração disse: "Pai nosso que estás no céu, santificado seja o Teu nome, venha a nós o teu reino...", na verdade, desejava o estabelecimento do reino de Deus neste mundo.

O desejo de Deus é que nós, os Seus filhos, venhamos formar o Seu reino aqui no mundo, para que as pessoas que não O conhecem, O vejam através de nós.

Ao derramar o Espírito Santo sobre nós, e nos selar com Ele, na verdade forma em nós um corpo espiritual, com olhos, boca, ouvidos, coração e entendimento espirituais. Esse corpo espiritual, que o  Espírito Santo nos concede, é que nos faz ouvir com os ouvidos de Deus e  entender com o Seu entendimento.

Esse corpo faz-nos ter olhos espirituais de forma que nós podemos ver como Jesus via. O profeta Joel falou: "E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões" (Joel 2.28). Essa é a visão que Deus quer que nós tenhamos - a visão das coisas magníficas que Ele mesmo tem.

Somente quando vemos as coisas dessa maneira, de acordo com o entendimento de Deus, é que conquistamos a vitória, e alcançamos nossos objetivos. Quando nosso Pai celestial derrama sobre nós o Seu Espírito, temos capacidade de ver o invisível e entender o que um ser humano normal não entende.

Estando Jesus no templo, uma mulher lhe foi trazida pelos escribas e fariseus, apanhada em flagrante adultério. Disse o Mestre: "Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra" (João 8.7).

Aquela mulher fora flagrada em adultério. Aqueles homens estavam cobrando de Jesus o cumprimento da Lei. Estavam olhando com os olhos da carne e não com os olhos espirituais. Vivendo em espírito, Jesus olhava para aquela mulher com os olhos espirituais, logo, podia contemplá-la, pura e sem pecados.

Os olhos espirituais nos dão a visão que os seres humanos comuns não têm. O mundo precisa receber esse Espírito, mas não O aceita, por isso, as pessoas são inimigas de Deus.

Se você não quer estar alistado como inimigo de Deus e deseja ficar do lado do mundo, precisa receber o Espírito da promessa, o Espírito Santo, o Espírito que faz com que você tenha a visão das coisas de Deus.

Existem pessoas que sabem disso, mas vivem alienadas das coisas divinas, porque conhecem a Palavra, teoricamente, e não procuram praticá-la, exercitá-la. A fé sem obras é morta. O conhecimento das Escrituras sem a prática não tem valor. De que adianta lermos a Bíblia se não praticamos os seus ensinamentos? É melhor conhecer apenas um por cento dela e praticar, do que ela toda e não vivermos de acordo com os seus ensinamentos.

ENSAIOS DE UMA NOIVA - PARTE 7


 A vingança

Laura é uma jovem que terminou o seu noivado com um homem admirável. Ela nem sabe o motivo dessa decisão, tampouco compreende que o distanciamento foi acontecendo aos poucos, e de forma tão delicada, que, quando percebe, já se encontra longe demais dele. Laura passa a querer preencher essa falta, mas a sua tristeza, no fundo, é saber que o seu amor não está nos lugares onde procura. O dilema de Laura é tentar reencontrar o seu amado, que um dia foi desprezado, e que ela teme agora rejeitá-la. 

Sofri muito com aquela descoberta inesperada de que meu namorado estava me traindo com a ex. Não sei bem se fiquei triste com a confirmação da traição ou com o fato de ter insistido tanto no relacionamento. Eu, de verdade, acreditava que a minha mãe estava errada e que era apenas implicância dela, por isso teimava tanto nesse namoro.

Só de imaginar que, enquanto sofria pelo meu namorado, talvez ele e a outra ficassem rindo de mim pelas costas, me dava uma indignação tão grande, que a única coisa que passava pela minha cabeça era dar o troco. Isso não é o certo a fazer, mas por falta de orientação de um amigo de verdade, acabei enveredando por esse caminho nada bonito para uma moça.

Resolvi fazer o mesmo que ele havia feito comigo. Em outras palavras, me vinguei. Mas não me orgulho disso, tampouco me sinto vitoriosa por vê-lo com “dor de cotovelo” por minha causa. Eu não tinha o direito de lançar a minha dignidade a um nível tão baixo!


Em um desses réveillons, esperei o Beto voltar de viagem. Ele havia ido para a praia – segundo ele, sozinho. Sinceramente não acreditei. Eu poderia ter terminado o namoro, simplesmente, mas na verdade não queria, ainda gostava muito dele. É nessas horas que sofremos mais, porque ao invés de usarmos a razão, colocamos nosso sentimento em primeiro lugar. Se eu tivesse pensado, veria que ele não era a pessoa certa para mim, que estava apenas me usando e me fazendo de boba. Mas não, queria continuar naquele relacionamento, achando que com o meu jeito meigo e educado poderia surpreendê-lo e transformá-lo em um novo rapaz, no tipo de namorado que eu sempre desejei.

Às vezes, nós fazemos isso: achamos que o nosso jeitinho vai mudar alguém, que ele vai se apaixonar pela gente e por isso se tornará aquele cara maravilhoso dos filmes.

É tanto engano! Mesmo assim não conseguia enxergar isso. Estava iludida, apaixonada, enganada pelas minhas emoções, e elas me faziam sentir paixão e raiva por ele. Foi aí que, mesmo namorando com ele, fiquei com um rapaz da faculdade. Dizem que um abismo chama outro. Acredito nisso, porque esse rapaz apareceu no momento em que mais me encontrava frágil e sensível. Ele também tinha namorada, mas se aproximou de mim. Com palavras carinhosas foi me envolvendo, insistindo, até que paqueramos.

Aguarde a continuação..

ANTÔNIA - 5


Elas batiam nas grades e faziam muito barulho. Eu não acreditei que alguém teria coragem de fazer isso… Mas fizeram. Dez mulheres em cima dela. Uma baixinha invocada rasgou pedaços da camiseta de Ana e amarrou seus braços e pernas. Ela ficou com as mãos e pés amarrados nas costas. Muitos chutes foram dados em sua barriga, acho que ela estava grávida. Levantaram o rosto dela para trás, puxando seus cabelos, e muitos socos ela levou na boca. Muito sangue era jorrado no chão. Seus olhos ficaram inchados e roxos. Percebi que ela não tinha mais força…Estava morrendo…
Comecei a chorar no canto da parede.
Queria socorrê-la, mas se eu falasse qualquer coisa, com certeza seria a próxima. Quanto desespero! Meu coração não estava aguentando ver tudo aquilo. Eu não conhecia a moça, mas, por pior que ela fosse, ninguém teria o direito de matá-la assim.
Acho que todas estavam acostumadas a ver aquelas cenas. Enquanto umas tomavam sol, outras conversavam sem nem olhar para o centro da quadra. Eu estava no desespero, vendo aquela situação. Me lembrei de minha irmã. Naquele momento, uma policial deu um grito. Com a arma em punho deu voz para todas saírem de perto da quase morta. Atrás dela vieram mais sete policiais homens, todos com as armas em punho.
As presas se afastaram e riram. Os policiais entraram e arrastaram Ana para fora do pátio. Só ouvi o barulho da sirene do carro da polícia. Creio que a levaram para o hospital.
No dia seguinte, recebemos a notícia de que Ana havia morrido. Ela não suportou os ferimentos. Realmente ela estava grávida de três meses e deixou uma filha de sete anos. Coitada da menina. Coitada da Ana! É assim que vivem essas mulheres… sem esperança e sem vida…

Trouxeram o nosso almoço. Eu estava com muita fome. Dois dias sem comer. No primeiro dia, as presas da cela comeram minha comida; no segundo, não tivemos alimentação, porque nos castigaram devido ao acontecido com Ana.
Eu nem esperei a comida chegar. Coloquei meus braços para fora da cela e alcancei a minha marmita. Nem precisei de garfo, comi com as próprias mãos, tamanha era a minha fome.
Minhas mãos ficaram fedidas de óleo, minha boca estava amarga, mas meu estomago estava forrado, minha fome passou.
Limpei-me na camiseta velha e rasgada que já estava em meu corpo há três dias. O mau cheiro dela já estava sendo exalado. Eu estava suja. Queria muito tomar um banho, mas a água é racionada e tem um gosto horrível de cloro. À noite eles serviram um mingau de arroz sem açúcar. Estava horroroso, mas eu comi mesmo assim.
Outro dia iniciou-se. Colocaram o café da manhã nas grades. Um saquinho de leite pequeno de 200ml e um pão emborrachado com margarina derretida por causa do calor.
Meu desejo era de escovar os dentes. Meu hálito estava terrível e o meu suor estava pelo corpo todo. Isso foi suficiente para uma delas invocar comigo. O olhar era estranho, parecia não ser humano. Ela se transformou e veio em cima de mim. Uma mulher de 90 kilos me pegou pelo pescoço, levantou meu corpo franzino e me jogou no chão. Com chutes na barriga foi me jogando para perto da parede. Fiquei acuada e sem reação. O medo estava estampado em meu rosto. Comecei a me encolher, tentando me proteger, quando de repente, ela saiu de perto de mim e foi para o outro lado. Ninguém esboçou nenhuma reação. Estavam conversando entre si e ali permaneceram.
Naquela noite eu chorei de tanta dor e não tinha ninguém para me dar remédio e cuidar de mim.
Me lembrei de minha mãe, que um dia, eu com dores de barriga, me  fez um chá. Me colocou em seu colo e fez massagens com suas santas mãos…
Aqui somos sozinhas. Não confiamos em ninguém. Não somos amadas. Até a família de muitas presidiarias, as odeiam e as condenam.
A cela é muito pequena, deve dar mais ou menos cinco passos para a direita e quatro passos para a esquerda. Estávamos em doze meninas…
Capítulo 6
Méuri Luiza

O BEIJO NA BOCHECHA




PS. Gostaria de compartilhar com vocês esta mensagem que foi postada no Blog da D. Cristiane, porque na mensagem trás não somente o que mais têm acontecido dentro da igreja em si, mas no meio do povo que se diz evangélico.
Vale muito a pena ler e meditar...

Amada e muito abençoada “irmã”,
A primeira vez que tive contato com você foi em uma manhã fria e triste no meu local de trabalho. Um dos adolescentes que atendia sabia que gosto muito de ler, então me perguntou se eu gostaria de ler a FOLHA UNIVERSAL.  Passei meus olhos pelo jornal e no final tinha sua fotinha tão delicada com uma mensagem…Boom! Era tudo que eu precisa ler naquele dia tão difícil em minha vida! E, em baixo, mencionava o seu livro ‘A Mulher V’.
Desde aquele dia, sempre solicitava para os adolescentes “pegarem com o pastor” um jornalzinho para mim. Visitei o seu blog, seu site, lia todas as noites. Um dia entrei em uma linda e tão alva IURD, que ficava na minha cidade, para solicitar o seu livro. Mas disseram “Ah…os livros dela são muito difíceis de chegar até aqui…” Não me dei por satisfeita e continuei meu “aprendizado cristão”. Queria ser delicada, feminina, simpática e confiante como aquela menina que escrevia tudo aquilo que lia!
Então, comecei a assistir aos seus vídeos com o seu marido. Minhas noites eram de risadas e, às vezes, de lágrimas. Como eu pude ser uma filha tão desobediente, tão orgulhosa, tão mesquinha com Deus? Me comparava a todas aquelas mulheres descritas por você na Bíblia. Em nenhuma das mocinhas eu me enquadrava.
Então, decidi ter um “casamento blindado”, com um marido que fosse filho de Deus. E eu teria que construir isso com os passos e as dicas de Deus através da Bíblia. Semana passada, uma vendedora de uma loja evangélica me ligou entusiasmada, dizendo: “Oi Ale! Seus livros da Cristiane Cardoso chegaram! Você crê nisso?!” Na hora gelei, um calor gostoso invadiu meu rosto e, como um beijo na bochecha, senti o imenso presente que o Papai do Céu estava me dando… E pensei: “Como você ama… Esses livros chegam em um momento apropriado às minhas mãos!”
Claro que li o seu primeiro livro em 2 dias! E já estou no segundo, hehehehe… Chorei muito, dei boas gargalhadas e disse para mim mesma: devo escrever uma carta para essa pessoa maravilhosa! Aprendi que devemos respeitar o tempo de DEUS e confiar Nele… Quem melhor que nosso melhor Amigo para saber o momento exato de tomarmos o passo certo, com a pessoa certa?
Não sou evangélica, a única vez que entrei em uma igreja evangélica foi para solicitar o seu livro. Mas vou sempre àquela livraria onde recebi os seus livros, compro cartõezinhos que presenteio a minha família e compro tudo o que fala sobre meu melhor amigo: Deus. E oro por você e sua família abençoada, para que continuem ajudando pessoas como eu. Somos todos irmãos, temos a temência e o mesmo Amigo: Deus, e o mesmo desejo em ajudarmos outras pessoas no amor e na fé! Amo muito você! Que Nosso Amigo sempre guie seus passos, lhe dê forças, coragem e saúde!  Alexsandra Ribeiro
Amigos leitores,
Esse e-mail me trouxe lágrimas nos olhos, não porque a Alexsandra fala do meu livro, ou de como ela me segue de longe há tanto tempo, mas pelo simples fato de  não ser uma evangélica e mostrar o verdadeiro Espírito de Deus através de sua conduta. Deu para sentir o amor e o carinho que ela tem por nós e por Deus. Ah, se todos os ‘evangélicos’ tivessem esse espírito… Agora você entende o que o Senhor Jesus queria dizer quando falou:
“Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de justo.” Mateus 10:40,41
Deus não se importa com o rótulo religioso que temos, e sim com a nossa fé e justiça, que obviamente não pode vir de nós mesmos, mas do próprio Deus. Quem O aceita em sua vida, O tem – esteja ele numa igreja ou não. É claro que quando vamos à igreja, despertamos a nossa fé, e a vida com Deus não fica tão isolada. Na igreja, Deus me alimenta com a Sua Palavra, me ensina a usar a minha fé um pouco mais, me leva a desafios maiores, e tudo isso é bom para essa fé e justiça que Ele me dá.
Quem será que agrada mais a Deus: o evangélico que odeia, ou o não evangélico que ama? A preocupação de Judas com as ofertas, ou os cabelos de uma pecadora que secaram os pés de Jesus do perfume derramado Nele?

terça-feira, 10 de julho de 2012

ANTÔNIA - 4



Pela manhã me levantei e fui a procura de emprego. Rodei as ruas até minhas pernas não aguentarem mais, mas não consegui achar nada. Eu não tinha documentos nem carta de referência, e não havia trabalhado em nenhum outro lugar antes. Estava muito difícil!
Os dias se passaram e meu dinheiro acabou. Não consegui trabalho, não enviei nada para a minha irmã, e agora não tinha mais como ficar no albergue.
Implorei para a mulher estranha me deixar ajudar a limpar os quartos em troca de lugar para dormir. Ela gritou comigo, dizendo que sem dinheiro nessa vida não se faz nada.
Naquela noite resolvi limpar os vidros dos carros no semáforo. Havia umas mulheres vendendo drogas ao lado. Não quis ficar perto, não queria confusão. Eu somente soube que eram drogas porque ouvi os comentários e muita gente chegando para comprar. De repente vieram quatro carros de polícia, ninguém teve tempo nem para piscar. Eles cercaram o local e tivemos que ficar deitados no chão. Tentei explicar que eu não tinha nada a ver com aquilo, mas eles não me ouviram. Eu estava com uma roupa velha, chinelo de borracha e cabelo preso com um elástico. Acho que eles pensaram que eu também era traficante. Pediram meus documentos, mas eu não tinha. Onde eu morava não havia documentos, tampouco a gente assinava alguma coisa, tudo era tratado de boca a boca, à base da confiança.
Tentei falar, porém eles não me ouviam.
Fui jogada dentro do porta malas do carro junto com outras duas meninas. Uma morena e outra ruiva. Olhei para as mãos de uma delas, estavam com os dedos escuros – creio que era por causa do cigarro. O olhar delas era de angustia e, ao mesmo tempo, de ódio. Pude sentir a dor delas.
Tinha a certeza de que seria solta naquela mesma noite, afinal, eu não tinha nada a ver com aquilo tudo.
A morena disse que não queria voltar para o inferno. Também não compreendi sua frase, até a manhã seguinte…
Fui lançada em uma cela. Apenas me jogaram lá e não me perguntaram nada…
Meu estômago estava doendo de fome, minha cabeça doía. Uma policial chegou perto das grades e perguntou o meu nome. Respondi Antônia. Pediu os documentos. Disse que não tinha. Perguntou sobre os meus pais, sobre a minha família, onde eu morava. Eu não tinha ninguém, apenas a minha irmã. Ela riu e saiu.
Um homem com uma barriga grande mandou me chamar. Perguntou se eu tinha advogado. Eu nem sabia o que era isso. Perguntou se eu tinha dinheiro para pagar um. Disse que não. Novamente outro riso. Ele chamou outro policial e me colocaram em outra cela; nessa, agora, havia muitas meninas. Eram sete, comigo oito. Não fui aceita lá…
- Garota, aqui quem manda é a gente. Você vai dormir no chão e comer somente o que a gente der. A partir de agora a sua comida é a nossa comida.
Enquanto a loira alta falava daquela forma comigo, as outras seis ficaram com os braços cruzados me olhando com muito ódio. Tive muito medo… me encolhi no canto da cela, coloquei os meus joelhos junto ao meu corpo e tive vontade de morrer…
Eu não havia feito nada, estava trabalhando no semáforo, queria apenas me alimentar e pagar um lugar para dormir…
Eu estava conhecendo o inferno que a menina havia falado na viatura. Eu fui apresentada ao inferno…
Naquele dia, houve uma rebelião na prisão. As presas já haviam combinado como seria. Quando as portas se abriram para tomarmos sol, todas saíram juntas gritando: “Ana é morta!”
Eu fiquei atrás, tive medo de sair, mas uma delas me empurrou com tanta força que caí no chão e machuquei o meu joelho. Olhei para o centro da quadra e uma moça de uns vinte e cinco anos estava estirada  com o rosto no chão. Todas começam a gritar:
- Hora da morte! Hora da morte!
Capítulo 5
Méuri Luiza

ENSAIOS DE UMA NOIVA - PARTE 6



"A ex versus a atual"

Laura é uma jovem que terminou o seu noivado com um homem admirável. Ela nem sabe o motivo dessa decisão, tampouco compreende que o distanciamento foi acontecendo aos poucos, e de forma tão delicada, que, quando percebe, já se encontra longe demais dele. Laura passa a querer preencher essa falta, mas a sua tristeza, no fundo, é saber que o seu amor não está nos lugares onde procura. O dilema de Laura é tentar reencontrar o seu amado, que um dia foi desprezado, e que ela teme agora rejeitá-la.


Não entendi muito bem aquela situação. Bianca era uma moça magra, tinha uma estatura baixa, cabelos longos e escuros, mas com uma firmeza tão grande na voz que me pareceu ser uma pessoa de bastante personalidade.

– Gostaria de conversar com você. – ela falou com um tom pra lá de altivo e me olhando bem no fundo dos olhos. Ao lado dela, havia uma senhora de aparência frágil. Mais tarde soube que era sua mãe.

Confesso que pela forma ríspida com que falou comigo, como se eu fosse uma intrusa na vida dela, acabei dizendo que não ia falar com ninguém. Mas, a minha mãe, claro, tentando remediar a situação, abriu o portão e pediu para que as duas entrassem.

Eu já imaginava que ela, na verdade, era a ‘ex-namorada’ do meu namorado, mas a minha mãe, que já torcia pelo fim do nosso relacionamento, por achar que eu “merecia coisa melhor”, achou prudente ouvir o que a moça tinha a me dizer.

Pois bem! Ela iniciou, sentando na ponta da cadeira e cruzando as pernas:

– Bom... Eu sei que você está namorando o Beto... Pra mim, isso é uma loucura, porque ele não te valoriza. Você sabe que eu já tenho um filho de 2 anos com ele, não sabe? Pois é, agora estou grávida novamente.

– O quê???

– Ué, ele não te contou? Vocês não são namorados? Pensei que no relacionamento de vocês existisse sinceridade... –“Quanta ironia!”, eu resmungava por dentro.
Aquilo acabou comigo!

– Olha – eu disse – não acredito em nada do que você está falando. Se isso fosse verdade, ele já teria me dito. Talvez ele nem saiba dessa gravidez. Além do mais, como ele pode ter certeza de que o filho é realmente...

– O problema, querida – ela me interrompeu abruptamente – é que ele já sabe que estou grávida. Sabe por quê? Porque antes mesmo de vocês terem iniciado esse namoro, saímos várias vezes. Você é uma boba, me desculpe...

Nem preciso falar como me senti... Sem falar que ela contou várias conversas que eu tinha com ele. Como ela poderia saber tantos detalhes?

– Ele me conta tudo o que você fala pra ele...

Eu já havia chegado ao meu limite. Já que ela não ia embora, eu mesma saí pra não entrar no jogo dela. Mas isso me enfraqueceu tanto... Não foi nem a afronta dela, mas o fato de ter sido tão estúpida, a ponto de brigar com a minha mãe, ignorar os conselhos do meu pai e enfrentar a tudo e a todos para entrar de cabeça em uma relação que só iria me fazer sofrer.

Por que isso acontece? Por que insistimos em quebrar a cara, quando a gente, no fundo, sabe que insistir não vai adiantar?

Logicamente, fui tirar satisfações com o Beto. E ele, evidentemente, negou tudo. Apesar de jurar que ela havia inventado tudo aquilo, não conseguiu explicar como ela sabia de nossas conversas particulares. Bem que tentou, mas eu só conseguia ver cinismo nele.
Foi aí que resolvi dar o troco...

Aguarde a continuação.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

APRENDENDO COM PROVÉRBIOS



"A sabedoria clama nas ruas, levanta sua voz nas praças; clama nos lugares mais concorridos; nas entradas das portas da cidade pronuncia seus discursos." 
(Provérbios 1:20, 21)


A Palavra de Deus nos ensina que a sabedoria grita, se ela grita é porque muitos não conseguem ouvir. Ela não grita simplesmente, mas grita incansavelmente e desesperadamente para que venhamos ouvi-lá.

A sabedoria é a voz de Deus dentro de nós, quando estamos prestes a fazer o que O desagrada, Ele tenta nos alertar através do Seu Espírito. Muitas vezes o nosso coração nos impede de ouvi-Lo.  Eis aí o motivo de buscarmos cada vez mais sermos sensíveis a voz de Deus.

Colaboração da obreira: Daniela Armigliato

ESCOLHIDAS PARA O ALTAR - 6



"Segundas Intenções "


A única intenção da pessoa que quer servir a Deus no altar é exclusivamente a de ganhar almas, ela tem esse desejo de servir a Deus sem importar onde.

Vamos analisar algumas intenções que mostram que a pessoa tem motivos equivocados, quando diz querer largar tudo para servir Jesus:

· tem muitos problemas em casa e quer se livrar da família, então pensa a melhor solução é casar com um pastor e sair de casa o mais rápido possível

· Vê as esposas dos pastores e sente grande admiração por elas e tem o desejo de ser igual, pensa que elas tem uma vida perfeita e não passam por lutas

· Pensa que se for fazer a obra de Deus terá a oportunidade de viajar por vários lugares e países, pois o homem de Deus não fica sempre no mesmo lugar e isso lhe chama a atenção

· Talvez nunca teve a oportunidade de estudar, vive uma vida com escassos recursos financeiros e vê na igreja uma possibilidade de estar bem, ter uma vida estável, pelo menos casa e comida não ira faltar

· Como falamos num dos artigos anteriores, se apaixonou pelo auxiliar e quer casar mesmo sabendo que não sente o mínimo desejo pela obra de Deus, crê que o amor será suficiente.

· É o sonho dos pais, que sirva a Deus no altar, mas na verdade a pessoa não tem esse desejo, nem esse chamado, então não poderá dar fruto.

Assim, que analisem bem quais são suas verdadeiras intenções, para que Deus possa honra-la em tudo que fizer. 

Seja verdadeira, você pode esconder de todos as suas verdadeiras intenções, mas de Deus jamais! Ele sabe tudo que está na sua mente, no seu coração, e Ele é o Deus da verdade, e só O servem de verdade os que são verdadeiros.

“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante que qualquer espada de dois gumes, e penetra ate ao ponto de dividir alma e espirito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” Hebreus 4:12

Vivendo sempre pela fé.

ENSAIOS DE UMA NOIVA - PARTE 5


 "A namorada do meu namorado"

Laura é uma jovem que terminou o seu noivado com um homem admirável. Ela nem sabe o motivo dessa decisão, tampouco compreende que o distanciamento foi acontecendo aos poucos, e de forma tão delicada, que, quando percebe, já se encontra longe demais dele. Laura passa a querer preencher essa falta, mas a sua tristeza, no fundo, é saber que o seu amor não está nos lugares onde procura. O dilema de Laura é tentar reencontrar o seu amado, que um dia foi desprezado, e que ela teme agora rejeitá-la. 

Tenho conhecido muitas pessoas. A cada dia, a cada amanhecer minhas forças tentam se renovar. Apesar das decepções anteriores, procuro não pensar no que outras futuras amizades podem fazer a mim. Tirei tudo como um grande aprendizado.

Nas últimas semanas saí e me diverti muito. Até ingerir altas doses de bebida fiz, só para ver se me comporto socialmente. Parece brincadeira, mas não me lembro de quase nada do que fiz. Acho que meus amigos também não se importaram. O problema é à noite, é quando me deparo comigo mesma. Tenho medo desses momentos. Não suporto a ideia de me enxergar, analisar a minha vida. Sei que a fuga não é o melhor caminho, mas para mim é o mais fácil.

Outro dia conheci um rapaz. Ele tem uma vida meio complicada, mesmo assim resolvi insistir. Não sei por que fazemos isso. Não sei por que insistimos em nos envolver numa relação bastante passível de dar errado...

Ainda assim entrei de cabeça. Engraçado... Antes, a única coisa que sentia por ele era uma atração remota, como se nunca houvesse a possibilidade de um relacionamento. Mas isso foi mudando. Ele se aproximou de mim, começamos uma amizade, e então, quando me vi, já estava presa àquele sentimento.

Paixão!

Ele tinha um filho de dois anos e uma ex-namorada que eu não conhecia, mas que começou a infernizar a vida dele. Por aí você vê em que o meu namoro se transformou. A minha mãe, sempre preocupada, só sabia dizer: “Ele não é pra você!”

Mas eu não acreditava. Impossível acreditar. Estava perdida e apaixonada. Ele era muito romântico, dedicado e se preocupava demais comigo. Às vezes, me sentia de lado com a presença constante do filho que teve com a ex-namorada, mas pra mim nada podia nos abalar.

Doce engano. Meus problemas não haviam nem começado. Foi quando um dia abri a porta da minha casa e dei de cara com uma mulher.

– Você é a Laura?

– Sim, por quê?

– Sou a Bianca, a NAMORADA do Pedro.

Aguarde a continuação.