segunda-feira, 18 de junho de 2012

MARINA - CAPÍTULO 14


Mais alguns segundos e consegui dar a primeira respiração profunda. O oxigênio chegou aos meus pulmões…
Abri os olhos e as trevas já não estavam lá. Eu ainda sentia o meu cheiro de podre, mas o peso dos meus ombros sumiram. Eu estava leve, ainda fraca, mas leve… os demônios foram embora. Eu nem acreditei, mas eles que estavam me atormentando esses meses todos, foram embora.
Ali eu soube o quanto é imensa a misericórdia do DEUS ALTÍSSIMO! Ele me aceitou novamente, me aceitou como sua filha.
Precisei ver os demônios e o reino do inferno para ter meus olhos abertos e saber como age as trevas em  nosso coração e nos levar ao lago de fogo e enxofre.
Minha mãe entrou novamente no quarto para ver se eu ainda estava viva. Sorri para ela. Minha mãe chorou…
Fui salva naquele momento pela misericórdia do meu Deus. Sim agora Ele é o meu Deus. Deixou de ser meu inimigo como eu pensava…
Não acredito que teria vivido se não tivesse perdoado e desejado ardentemente minha salvação. O alívio que a gente sente quando nossa alma está limpa e pura é imediato.
Bá fez um mingau e me deu na boca. Minha gengiva já não sangrava mais. Ainda tinha feridas na boca, por isso a comida era de pouco em pouco. Ainda esta muito debilitada, muito fraca, mas já não sentia enjoo. Necessitava de ajuda para andar. Meu pai me colocou na cadeira de rodas e me levou no hospital no dia seguinte.
Dr. Tadeu se impressionou de me ver viva, um dia a mais do que ele havia dito. Quase que ele acertou ( risos).
Pedi outros exames, ele perguntou para quê?
Eu disse que estava curada. Ele riu.
Como o convenio pagava tudo, era vantagem para o hospital realizar os exames.
Dois dias depois o telefone tocou. Era a enfermeira do hospital, queria falar comigo.
Eles não estavam entendo como poderia ter dado negativo o exame em um paciente em estado terminal, afinal o médico havia pedido para meu pai comprar o caixão. Novos exames foram realizados e novamente o resultado foi negativo.
Dr. Tadeu me chamou no consultório um mês depois do milagre. Eu consegui ir andando, muito devagar mas sem a ajuda da cadeira de rodas. Ele me perguntou o que aconteceu e eu respondi:
- Consegui perdoar para ser perdoada…
- Então você realmente usou sua fé, porque era humanamente impossível a sua cura. Espero que nunca mais deixe o seu Deus, pois Ele é real.
- O senhor deveria conhece-Lo .( risos )
Deixei um livro em sua mesa, quem sabe ele lê.

Retornei para minha igreja. Voltei para Deus e Ele se voltou para mim.
Algum tempo se passou e meu cabelo começou a crescer. A cor dele é linda… eu nem me lembrava mais. Tive que tratar meus dentes, porque apodreceram todos. As feridas em meu corpo se fecharam. Fiquei com algumas marcas, mas isso não importa. Até gostei, assim jamais vou esquecer o que aconteceu comigo. Consegui engordar sete quilos, estou pesando agora 43 quilos. Estou indo bem para uma garota de 1,78. Recuperando dia a dia, porém agora na fé da minha salvação.

Lembra do Felipe? Ele se casou com a menina e tiveram gêmeos. Logo após o nascimento das crianças, eles se separaram, pois Felipe já se cansou dela e está noivo de outra.
E é assim, quando a gente ouve o coração é só sofrimento. O que parece ouro, com algum tempo vira ferrugem e de nada serve mais.
Um dia eu perdi o brilho por causa do coração, mas agora já estou esperta com ele. ( risos )
Essa que vocês estão vendo, sou eu, antes de conhecer o Felipe…

Espero que essa história ajude a compreenderem onde a mágoa leva o ser humano e não cometam o mesmo erro que eu um dia cometi…

Atenciosamente Marina.

FIM
PRÓXIMA TERÇA-FEIRA
ANTÔNIA…


Você tem mãe? Conhece a cadeia? Sabe o que acontece lá dentro?
Imagine ter apenas 10 anos de idade e já ter a responsabilidade de um adulto!  Foi o que aconteceu comigo…
Continua próxima terça-feira

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