terça-feira, 27 de março de 2012

MARINA - CAPITULO 1


Entrei na igreja ainda criança, sempre frequentei a escolinha e era uma menina muito usada por Deus. Por tantas vezes na escola que eu frequentava ensinava a professora a respeito do Deus vivo e tantas foram as vezes que ela e outras crianças quiseram me dar o nome para oração.
Incrível como uma criança pode fazer Deus agir na vida das pessoas. Eu falava e todo mundo parava para ouvir. Sempre fui uma benção na vida da minha mãe. Ela sempre teve muito orgulho de mim.
Fui crescendo e minha vida com Deus também. Me tornei obreira. Me lembro como  fosse hoje o dia em que coloquei o meu primeiro uniforme. Minha mãe me ajudou a ajustar minha saia. Lustrou os meus sapatos e fez uma linda trança no meu cabelo. Fui para a igreja muito linda. O Espírito de Deus pairava sobre mim.
Minha primeira reunião de uniforme, foi tão lindo. Via nos olhos de minha mãe a alegria de sua filha estar servindo ao Seu Deus e agora também o meu Deus.
Minha mãe lutou muito por mim. Não tive pai, eles se separaram eu ainda era criança, depois quando tinha 1 ano ele veio a falecer. Bebia e cheirava drogas. Minha mãe foi liberta antes de eu nascer. Graças a Deus por isso. Ela é uma mulher temente a Deus. Se casou novamente quando eu tinha apenas 3 anos, por isso eu considero Mário como pai, chamo de pai, porque ele é um verdadeiro amigo para mim. Ele é convertido e os dois se dão muito bem.
O tempo foi passando e cada vez mais Deus me usava. Quantas pessoas eu trouxe para a igreja. Fazia caravanas para trazer os doentes, os coxos, os leprosos, as prostitutas, os homossexuais… minhas mãos curaram muita gente. Minha palavra dava animo às pessoas, porque Deus falava através de mim. Meu semblante era resplandecente. Sempre queria mais de Deus, pedia em minhas orações a porção dobrada do Espírito de Deus. Sei que eu pertencia à Ele e Ele era comigo.
Eu fazia faculdade de economia, estudava muito, nunca tive um relacionamento. Nunca namorei ninguém, eu queria um homem de Deus para me casar. Queria alguém temente a Deus, porque sabia que com o casamento não poderia brincar. Meus votos eram voltados para isso também, queria alguém preparado por Deus.
Um belo dia, entrei na internet para fazer meu trabalho de economia, eu tinha que entrega-lo na semana seguinte, como sempre fui uma ótima aluna queria adianta-lo. Fiquei durante horas procurando o que escrever naquela folha branca. Eu escrevia e apagava, escrevia e apagava, parece que nada vinha em minha mente. As pesquisas eram muito fracas, eu tinha que tirar uma ótima nota, afinal era a minha reputação no colégio. Eu era conhecida como a menina estudiosa, aquela que todo mundo quer sentar ao lado no dia de prova… para fazer uma colinha, ( risos ) mas sem demagogia eu sempre fui boa nos estudos. Deus estava comigo sempre.
Joguei então a pergunta na internet para ver as respostas. Sim aquela que a gente coloca uma pergunta e muita gente responde. Encontrei várias respostas e a melhor foi de um rapaz que também fazia economia na mesma faculdade que eu, estava dois anos a frente.
Ele foi muito bacana, estava online naquela hora e me respondeu rapidinho. Foi muito objetivo e me ajudou muito. Eu o agradeci e muito simpático disse que sempre que eu precisasse poderia falar com ele. Até me deu o seu endereço de e-mail.
Pensei então que poderia ser uma boa ideia, afinal ele parecia muito inteligente. Não faria mal ter um professor online de vez em quando.
Passou-se um mês e novamente lá estava eu com uma dúvida naquele bendito papel branco em cima da minha mesa. Uma caneta azul e outra vermelha e nada conseguia escrever. Parece que minha mente estava travada em relação a matéria. Lembrei-me do rapaz. Procurei em minha caixa de contatos o endereço dele. Digitei vagarosamente, algo me dizia para procurar o que escrever em outro lugar, afinal eu tinha que fazer o trabalho, mas poderia ver em outros sites. Achei que era o diabo falando no meu ouvido para não falar de Jesus para aquele rapaz.
Resolvi continuar e apertei enter. Pronto, a mensagem foi enviada. Parecia brincadeira, mas ele me respondeu 3 minutos depois. Fiquei impressionada com a rapidez dele. A mensagem dizia:
- Boa noite dona Marina, a senhora precisa dessa reportagem que fala sobre a economia nos EUA, irá lhe dar uma ideia sobre o que seu professor quer.
Meu Deus, que rapaz inteligente e muito simpático.
- Por favor, Sr. Felipe não precisa me chamar de senhora, tenho apenas 18 anos ( risos )
- Muito bem, então não precisa você também me chamar de senhor, porque eu tenho 21 anos.
A conversa foi rápida e ele me passou os dados alarmantes da economia brasileira e de como o governo deseja driblar a mídia para não assustar o povo.
Assim foi durante o ano todo, sempre que precisava escrevia para o Felipe e ele me ajudava. Durante oito meses ele sempre me dando aulas online sem cobrar nada.
Um dia resolvi convidá-lo para vir comigo na igreja. Disse que era obreira e serva de Deus. Ele como sempre muito simpático me falou que achava mesmo que eu deveria ser de  Deus por causa do meu comportamento diferente de outras meninas. Eu era uma pessoa no qual todo homem desejava casar. Uma mulher virtuosa.
Novamente fiquei impressionada, ele conhecia o que era mulher virtuosa. Continuando a conversa me falou que era ex obreiro da igreja e estava lutando para voltar. A oportunidade já estava as portas. É claro que ele demorou um pouco mas foi comigo para a nossa igreja em um domingo a noite.
Felipe é um rapaz muito educado, muito simpático e de uma inteligência incrível. Começou ir comigo toda semana, sempre aos domingos a noite. Eu continuei escrevendo para ele quando tinha dúvidas. Nossa amizade foi se fortalecendo, ele falava a mesma língua que eu nos estudos e por consequência eu queria ajuda-lo, queria que voltasse para Deus.

Continua (Capítulo 2)

Méuri Luiza

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